terça-feira, 28 de junho de 2011

PERTENCER AO MUNDO


Olhas o espaço à tua volta como se pudesses pontuar as linhas de adivinhação do futuro, e isso são manifestações que não podemos medir.

Muito de divagações e desvarios - emanação das entranhas - que te fazem vibrar o ego e a alma.

São revelações e confissões que não controlas, simplesmente acontecem.

Transmites ao horizonte aberto que olhas, no mar sereno agora, a tua respiração desassombrada no espelho da água em gestos de encanto... compõe-se e desliga-se no ondular reluzente que baila sem parar.

Tenho olhos profundos e distantes à minha frente envoltos de silêncios com voz em mistérios de meditação, quietude, revelando no azul leve do fim da tarde o feitiço da noite que se veste para dançar nos braços frescos do ar.

Sibile... Ohhh Sibile, toca para nós... entoa-se no suspirar do ar sussurros em pedidos incessantes das brisas que se desfiam!

Por onde andaste para saberes tão bem como se seduz as estrelas do céu, a liberdade das aves e as ondas do mar assim?

Enleias pela vontade e pelo namoro muito das disposições do sabor do imprevisto e segredos dos impulsos que enriquecem os acasos, os cultivados e os outros.

Passeias-te sorridente de mansinho pelos compassos das rebentações das ondas nas rochas que gemem prazeres que conheces... são ecos indeléveis.   

A Lua aos teus olhos é o brinquedo sublime que moldas como te apetece, é o pêndulo do gostar do teu peito, crias e recrias a luz do espírito no momento, como as figurinhas de fantasia que nascem quando nascemos.

Depois saltitamos vivendo divididos entre a Aprendizagem e Conhecimentos da Mente , o Sentir da Alma e o Saber do Coração... são correntes em nós que nem sempre se dão bem, como bem sabes, mas unas no mesmo corpo... são universos imensos da Criação, talvez um dia possamos conciliar melhor os conflitos que estas forças, unas em transcendência, desencadeiam no intelecto, nos sonhos, nas paixões.

E há satisfação tanta, imensa em ti, que me toca profundamente... o espaço aberto e o mar são atalhos de pasmo de algo que procuras... não sabes o que é mas sabes que existe, algures num olhar infinito.

És um barco de sentidos soltos e livres que se embrulha no balancear da descoberta!